Grandes acontecimentos como a globalização, a crise econômica e as mudanças climáticas exercem enorme influência sobre nosso jeito de morar. Além desses acontecimentos, existe também uma tomada de consciência que aponta em direção a uma vida mais simples, criativa e sustentável.
A primeira tendência é multicultural que traz objetos de toda parte. Existe um fascínio por outras culturas, e misturar várias dá origem a um estilo próprio repleto de objetos trazidos de viagens. A decoração viaja pelo mundo com artesanato indígena, peças orientais e lembranças de viagem que se misturam e se harmonizam porque cada peça conta uma história.
A segunda tendência é o simples chique que propõe a decoração com peças essenciais e sem excessos. Segundo relatório sobre o morar do portal inglês WGSN (Worth Global Style Network) as pessoas querem casas limpas, sem bagunça e úteis, e não apenas ambientes minimalistas. Uma decoração livre de excessos desperta o sentimento de tranquilidade. Não é necessariamente viver com menos coisas, mas reduzir a quantidade de informação visual dentro de casa. Os critérios como beleza, qualidade, durabilidade e conforto são básicos.
A terceira tendência é a natureza em casa e caracteriza-se por espaços que evocam paisagens intocadas. Esta decoração evoca o contato com a terra e o verde, expressando o desejo de fuga do urbano e o reencontro com a harmonia da natureza.
A próxima tendência é a tecnologia cada vez mais fácil de usar. Nada de botões em profusão e manuais complicados. Estão surgindo cada vez mais aparelhos acionados por poucos comandos, identificados por ícones gráficos, e cujo uso é quase intuitivo. Outra novidade é a convergência, ou melhor, os aparelhos que somam funções, como as lavadoras de roupa que também secam e desamassam os tecidos.
Ver a casa como um ambiente que restaura. Ela é o local onde você recarrega as baterias para enfrentar o mundo lá fora. A casa hoje está associada a proteção e silêncio, duas coisas que não se encontra na rua, por isso, cresce o desejo por equipar a moradia com peças confortáveis que propiciem bem-estar e relaxamento.
Outra tendência é a descoberta dos pequenos luxos. Aparelho para massagear os pés (na foto, modelo da Mallory) Aparelhos como este estão em alta porque hoje as pessoas têm acesso à informação, sabem o que é bom e querem o que há de melhor, ainda que numa versão reduzida. Os pequenos luxos também funcionam como uma recompensa pelo dia-a-dia estressante.
Há também a valorização da cozinha como local de encontro. A cozinha sempre foi o cômodo mais importante da casa. Essa importância está sendo resgatada, pois as pessoas têm necessidade de se encontrar. Nada melhor do que fazer isso em torno da comida, rindo e falando da vida. Segundo o portal WGSN, o ambiente merece atenção, pois está na linha de frente da sustentabilidade porque é ali que se corta o desperdício e se consome alimentos orgânicos.
Os ambientes flexíveis configuram como a oitava tendência. Espaços sem funções tão demarcadas, que podem ser reconfigurados conforme a vontade do morador. Essa tendência se refere especialmente a casas e apartamentos pequenos, nos quais os proprietários derrubam paredes e aí precisam encontrar novas formas de ocupação. Móveis articulados, com rodízios, e multiuso ganham valor. De acordo com o WGSN, a mobília “que cabe” não satisfaz mais: ela precisa ser versátil.
(Fonte: CasaAbril, 14/06/2011)