Entre os tantos achados de Vasco da Gama ao chegar à cidade de Calcutá, na Índia, em março de 1498, um em particular encantou seus olhos: os tecidos de puro algodão, estampados de motivos florais miúdos, arabescos, listras ou xadrezes com uma espécie de carimbo de madeira, chamado cunho. Certo de que venderiam bem na Europa, levou-os na volta para Portugal, juntamente com as porcelanas, sedas, especiarias e outros produtos que os europeus cobiçavam.
Foram os mesmos europeus que trouxeram a chita para o Brasil, a partir de 1800, já aperfeiçoada pelos ingleses, portugueses e franceses. Após um longo processo burocrático, cultural e financeiro, durante o Brasil-colônia era permitida apenas a compra das peças indianas e inglesas vendidas pelos comerciantes portugueses, ela passou a ser também produzida no Brasil, o que a barateou significativamente, tornando-a acessível e popular a ponto de transformá-la em um dos ícones da identidade nacional.
As flores delicadas e miudinhas dos tecidos indianos deram lugar à explosão de cores, formatos e tamanhos que hoje a caracterizam. Foi aqui, também, que as grandes flores receberam o fio negro de contorno que as delineia. Passado, presente, festa, arte, infância, malícia e uma alegria escancarada se combinam nas cores e misturas exageradas das estampas, que vestiram de escravos a personagens da literatura, teatro, novela e cinema, sem nunca perder a inocência.
(Fonte: Wikipédia, 10/06/2011)